sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CAPÍTULO III

CAPÍTULO III
MEMÓRIAS DE ALESSANDRA
Quem poderia pensar que um dia de sol poderia acabar daquele jeito? Eu era a última a pensar isso. Antes de abrir a porta de casa, reparei os tons alterados de voz. Minha mãe discutindo com meu pai. Não que fosse a primeira vez, mas aquela briga parecia definitiva.
- Pra mim chega Osvaldo! Tô cheia! Não fico mais no mesmo teto que você, sai daqui agora!
- O que você tá pensando? Acha que pode me expulsar daqui assim?
- Posso, tanto posso que tenho provas. Aqui, tá teu flagrante de adultério!
Minha mãe exibiu uma foto grande do meu pai aos beijos com outra.
- Isto só pode ser fotomontagem!
- Ah! Não vem com essa! Eu tirei a foto, tá?! Esqueceu onde você me conheceu?
Meu pai subestimou minha mãe. Os dois se conheceram numa festa onde ela era fotógrafa. Ele não tinha como negar. Eu também queria que não fôsse verdade, mas os dois iam se separar. Embora eu não acreditasse em fidelidade, a última coisa que eu desejava era que meus pais se separassem. Pensei que nosso nível de vida poderia cair, mas meu pai era um empresário bem sucedido. Nosso apartamento era próprio, nossa condição financeira, ótima. Não consegui dizer nada, fiquei em estado de choque. Os dois ficaram paralisados quando notaram minha presença.
- Minha filha... – meu pai tentou falar comigo.
- Me deixa!!! – foi o que consegui dizer depois de cair num choro compulsivo e correr pro meu quarto me atirando na cama. Chorei durante meia hora. Olhei-me no espelho e meus olhos azuis pareciam dilatados de tanto choro. Reagi aos poucos, tomei um banho, depois penteei minhas longas madeixas loiras, mais claras pelo sol e fiquei em silêncio.
A partir daquele momento passei a entender que minha vida era uma tremenda ilusão. Eu era infeliz e não sabia. Minha mãe tentou falar comigo, mas eu pedi um tempo. O que mais queria naquele momento era jogar-me nos braços de Brenda e Carla, minhas maravilhosas amiguinhas, mais que irmãs e compartilhar com elas toda a minha dor. Hoje entendo que “É melhor um bocado seco, e com ele a tranqüilidade, do que a casa cheia de iguarias e com desavença.” (Provérbios 17: 1)

9 comentários:

  1. Eu já fui como a Alessandra, a pobre menina rica, que estudava no melhor colégio, tinha as melhores roupas, morava na melhor casa da rua, andava de carros importados, mas vivia em uma mentira, com um pai adultero e uma mãe omissa.
    Pode ter certeza que todos que lerem irão em algum momento se identificar com uma dessa três.
    Ansiosa por próximos capítulos.

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  2. Ta ficando bom, to gostando!! ^^

    p.s.: gostei do comentário aqui de cima!

    Espero que não demore o próximo cap. :)

    Fica na paz...

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  3. Obrigado à Monalisa que me levou às lágrimas pelo seu comentário e pelo comentário da Beth. Este é o estímulo para postar logo o próximo capítulo. Vejo que estou atingindo o objetivo, tocando a sensibilidade das pessoas e levando-as à reflexão. Logo postarei o próximo. Continuem postando seus comentários e chamem mais pessoas para lerem.

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  4. olha eu estou me identificando bastante com a Alessandra e Carla ; o pais separados de Alessandra pois os meus ja se separaram muitas vezes e voltarão e vão se seprar pela 7º vez;
    e Carla q o pai é desempregado pos o meu tbm éh AUSHAHSUAHS pareçe destino mesmo agr so falta a Brenda

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  5. Obs: O pai que fica desempregado é o da Brenda. O pai da Carla é o porteiro que tá se aposentando.

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  6. Pois é, a julgar pela comparação com as três personagens jovens, minha identificação de família é com a Carla, pois faço parte do grupo de pessoas que venceram na vida, tendo pais pobres que lutavam com dificuldade para criarem e educarem os filhos, somos 5 irmãos.
    A leitura está suave e interessante de dar continuidade, continuo das citações bíblicas aplicadas ao contexto da históri.
    13 de janeiro de 2010 00:08

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  7. A leitura está suave e interessante de dar continuidade, continuo gostando das citações bíblicas aplicadas ao contexto da história.

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  8. Eu me identifiquei com a Alessandra não pela família pq meus pais vivem muito bem juntos apesar de algumas briguinhas, mas me identifiquei com ela pela reação dela ao seus problemas.
    P.s:Também estou gostando dos versiculos que contem em cada capitulo.

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  9. a coisa tá pegando... detalhe se a fonte fosse preta facilitaria a leitura...

    boa noite!

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