sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CAPÍTULO XXI

SEMENTES DE ANO NOVO – BRENDA
Depois daquele tumultuado início de ano, apesar de lamentar o ato inconseqüente de Carla, pelo menos tivemos um saldo positivo: estávamos mais unidas na dor, tanto quanto na alegria. A dor de Carla era a nossa dor. Mais uma decepção para Alessandra pesava tanto para mim quanto para Carla. Mesmo não querendo me meter na vida de Carla, sei que teve uma importância o que falei e Alessandra também se preocupava com ela. União é isso. Quando a gente ama alguém, a felicidade pra gente é ver o outro feliz. É ver que se a pessoa com quem gostamos de compartilhar não quer mais uma comida servida na mesma mesa, ela fica sem gosto se essa pessoa não come com a gente. Os momentos são vividos em união e a pessoa querida tem que viver com a gente. É uma necessidade. Mas quando a gente vê que o amigo tá caindo num abismo e quer salvá-lo, a gente sofre se sente que ele não tá vendo este abismo. A gente avisa: “Você vai cair daí e ele não ouve a gente”. É triste, mas tem pessoas que levam tempo pra entender a situação em que estão.
Saí da casa de Alessandra ainda cedo, pois queria estar com meus pais. Despedi-me de Carla dando-lhe um beijo no rosto e fazendo um carinho nos cabelos dela enquanto dormia. Ela murmurou algumas palavras dormindo e eu nem entendi. Despedi-me de Alessandra, prometendo depois ligar do orelhão pra ter notícias. No caminho para casa dentro do ônibus, minha cabeça tava a mil. Carregava uma tonelada da Alessandra e outra da Carla e consequentemente o meu ano também começava mal. Sentia-me impotente com um desejo de ajudar minhas amigas, sofrendo por elas. Eu ainda não podia dizer que sabia bem o que era o amor naqueles meus tenros 18 anos, mas elas, menos ainda. O amor que eu sentia e que tomava cada vez mais conta de mim era o amor pelas vidas delas. Sempre sonhei com o dia que cada uma ia ver a outra casando, tendo filhos, mas as circunstâncias pareciam mostrar tudo ao contrário do que eu sonhei. Eu pensava: “Será que sou mesmo uma sonhadora?” “Sou uma pessoa fora da realidade?” Mesmo assim, continuava desejando a felicidade das minhas amigas.
Cheguei em casa e procurei ficar numa boa com os meus pais, sem sinalizar o que aconteceu. Almoçamos juntos, conversamos e felizmente não expressei minha preocupação. Somente o que disse é que estava muito tumultuado na praia e não demoramos muito lá, voltando logo pro apartamento de Alessandra. Nem lembraram de perguntar sobre o Beto.
No primeiro domingo do mês e portanto daquele ano que se iniciava, fui à igreja com dona Maria. Era dia de santa ceia. Eu não participei, pois não era da igreja, mas a passagem bíblica que foi lida bateu fundo dentro de mim: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” (I Coríntios 11 : 28). Pensei muito sobre isso, examinei-me mesmo não participando da ceia e pensei nos problemas de Alessandra e de Carla, se estava sendo uma boa amiga, pois via que faltava um discernimento maior a elas. O ano começava e a semente que já havia brotado em mim crescia. Eu sentia que naquele ano, muita coisa ia mudar, eu ia destrancar a faculdade, pensava em fazer o magistério de 1ª à 4ª série. Mas sabia que não era só isso. Uma mudança espiritual tava se desenvolvendo em mim e eu desejava que Alessandra e Carla vivessem aquela mudança também. Mas cada um tem a sua experiência no seu momento.

12 comentários:

  1. Brenda é mesmo muito cabeça. Difícil achar isso em jovens de 18 anos.

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  2. Depende da criação e ela foi educada com equilíbrio e limites na medida certa e como se vê nosa capítulos anteriores, ela teve sempre uma boa relação com os pais, de respeito, compreensão, auxílio, gratidão. A família de Brenda é um exemplo, mesmo com um pai preocupado demais, mas que se coloca e ouve a filha e sabe se fazer ouvir e uma mãe também amiga que tem a plena confiança na filha, pois sabe o que passou de bom para ela.

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  3. Concordo com vocês!
    Vinicius, longe de mim querer criticar o seu texto. Mas, vou deixar a minha opinião sobre a "Santa Ceia".
    Eu acredito que o termo correto para essa ordenança de Jesus seja: "CEIA DO SENHOR".
    Por quê?
    Porque Santo é o Senhor, não a Ceia.
    Desculpe aí! É apenas a minha visão sobre o assunto.
    Graça e Paz!

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  4. Escrevi santa ceia por que sempre ouvi falar muito assim.

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  5. Mas é claro que antes de qualquer coisa O SENHOR é Santo. A ceia é santificada por Ele.

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  6. Hoje mesmo houve ceia na minha igreja e lá chamam Santa ceia.

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  7. Hoje também houve Ceia em minha Igreja, mas nós a chamamos de: Ceia do Senhor!
    É que tradicionalmente, os cristãos se habituaram a chamar a ceia de Santa Ceia, porque antes do início de cada capítulo referente a essa ordenança, o título que precede o capítulo em questão chama essa ordenança de Santa Ceia.
    Esses títulos não fazem parte do Canon Sagrado, foram colocados pelos autores das diversas versões existentes da Bíblia, com o intuíto de facilitar o entendimento do Texto Sagrado, situar contextos, apenas como digamos, uma explicação.
    Mas nada disso prejudica ou desmerece o texto da sua obra.
    Trata-se aqui apenas de uma questão de Teologia, que não é tratada na estória.
    Graça e Paz!

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  8. mudança espiritual... A BRENDA É MUITO EVOLUÍDA PARA A SUA POUCA IDADE, UMA GRACINHA DE PESSOA.

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  9. Gosto muito dos capitulos que se referem a Brenda.
    Tem muito há ver comigo. E eles se indentificam com as pessoas que postam comentários.

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  10. Brenda... personalidade muito parecida com a de minha filha. É uma doçura só! Tenho um carinho especial pela Brenda.

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  11. Brenda é sonhadora como eu...hehehehe
    É ruim ver as pessoas caindo e agente não podendo fazer nada, a não ser aconselhar e orar, mas as vezes elas tem que aprender com seus próprios erros...

    Os assuntos que é falado em Vida separadas estão sendo bons.
    Assuntos em que todos passamos...

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